“Instruí o menino no caminho em que deve andar e até quando envelhecer não se desviará dele” - (Provérbios 22:6).
Nos tempos atuais, o tema da educação dos filhos, se tornou objeto de interesse da maioria dos pais. Além dos muros de casa, tratados foram escritos, teorias e teses foram publicadas, mas a pergunta que resta é: o que é educação?
Parece que o advento da crise de identidade dos próprios pais em relação aos filhos obscureceu a lanterna de valores que ilumina os passos da criança em seu caminho de vida.
O método científico, fruto da reflexão filosófica, nos ensina que aquilo que resta quando nos deparamos diante da dúvida e da incerteza do caminho é retornar, fazer inversão de marcha e recomeçar.
Como recomeçar
Para recomeçar, precisamos voltar nosso olhar para o ponto de partida. O mesmo serve para encontrar a resposta a nossa pergunta: o que é educar? Por isso, recorremos a tradição filosófica e a tradição teológica-cristã.
A palavra educar tem a sua origem no verbo latim educĕre que, por sua vez, significa:
I. Tirar para fora, ou puxar para fora aquilo que está dentro.
II. Conduzir para fora.
Neste sentido, a educação é a arte de conduzir a criança, ensinando a ela os valores e o caminho das virtudes necessárias para fazê-la chegar ao seu fim último que é a felicidade, isto é, a sua autorrealização espiritual e ética.
Por isso, que o único modo de poder criar bons cidadãos na sociedade é a educação daquilo que os filósofos antigos chamavam de “bons costumes” (P. Aubenque, a Prudência em Aristóteles, 9-11).
O segundo parto
Mas, muito mais que tratar sobre como se educa alguém, a Filosofia se concentra na educação do educador isto é: a arte da educação se faz através do exemplo e do testemunho de quem tem a responsabilidade de conduzir o educando durante o percurso (Thomas More, Utopia I, 34,46).
Educar sempre será a maior responsabilidade daqueles que geram seus filhos.
Em outras palavras, se educar é trazer para fora, a educação é um segundo parto, um segundo nascimento, da parte dos pais e dos filhos. Se o caminho é o mesmo a ser percorrido, então ambos aprendem na caminhada.
Seja Pai, exerça a sua autoridade na vida de seus filhos, mas nunca seja um ditador incapaz de escutar, insensível ao olhar e observar. Aponte o caminho, faça a criança caminhar nele.
No final, os dois chegarão ao mesmo destino. No fim, o que resta é o amor semeado, o respeito plantado e a memória de um percurso feito juntos. E assim, os pais viverão nos filhos e seus gestos e valores serão a fotografia que nunca apagará: isto se chama LEGADO.